pt
Opinião
Moçambique, 1964 | O início da luta armada de libertação
Maria Paula Meneses
Público
2021-07-26

60 anos da guerra colonial (VII) Ensaio A militarização da sociedade, que vai caracterizar esta região do continente a partir da década de 1960, retrata uma época marcada pelo grande cisma entre o nacionalismo africano e a persistência de um desejo, por parte de projetos racistas minoritários, da permanência da presença colonial no continente.

DAVID HUME KENNERLY/GETTY IMAGES

Moçambicanas e Moçambicanos,operários e camponeses, trabalhadores das plantações, das serrações e das concessões, trabalhadores das minas, dos caminhos de ferro, dos portos e das fábricas, intelectuais, funcionários, estudantes, soldados moçambicanos no exército português, homens, mulheres e jovens, patriotas: em vosso nome, a FRELIMO proclama hoje solenemente a insurreição geral armada do Povo Moçambicano contra o colonialismo português, para a conquista da independência total e completa de Moçambique. O nosso combate não cessará senão com a liquidação total e completa do colonialismo português.”

Esta proclamação pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) marcou, simbolicamente, o início da luta armada em Moçambique, a 25 de setembro de 1964. Esta luta, que no lado português é conhecida como uma das frentes da guerra colonial, terminou a 7 de setembro de 1974, com a assinatura dos acordos de Lusaca, abrindo caminho para o cumprimento da promessa da independência do país, a 25 junho do ano seguinte. Se este objetivo foi alcançado, já a liquidação total colonial obriga a questionar o sentido do colonialismo e das suas heranças. Este artigo analisa, a partir da luta armada, 3 eixos principais: a penetração do moderno colonialismo e as raízes dos protestos anticoloniais;...>LER MAIS



Conteúdo Original por Público