ALICE Advanced Seminars
OFICINA DAS EPISTEMOLOGIAS DO SUL #1_Ecologia de Saberes
2017-11-03

A proposta é discutir as interfaces entre ecologia, saúde e produção de conhecimentos tendo por referência os conflitos e as lutas sociais e territoriais envolvendo injustiças e problemas ecológicos decorrentes da economia capitalista globalizada, principalmente no Sul Global, em setores como a mineração, o agronegócio, a indústria do petróleo, a produção de energia e diversas infraestruturas. O pano de fundo são experiências de pesquisas colaborativas com comunidades atingidas e movimentos sociais, assim como a produção de relatórios contra hegemônicos. Propomos uma visão holística da saúde centrada não apenas na análise das doenças (morbidade) e mortes (mortalidade), mas em sua relação com a vida, a natureza, a democracia, a cultura e os direitos fundamentais. Resumimos tal concepção na expressão "Saúde como Dignidade", uma alternativa para o diálogo intercultural ao ecoar vozes de inúmeros povos e movimentos que têm lutado pelo direito à vida e aos bens comuns. A discussão epistemológica é chave nesse processo, pois reflete como os conhecimentos são concebidos, produzidos e legitimados em tais lutas. Para discutirmos a ecologia de saberes, usaremos alguns exemplos de avanços e tensões na produção de conhecimentos, seja a partir da pluralidade interna da ciência ou no diálogo com saberes externos, não científicos. _________________________________________________________________ The proposal is to discuss the interfaces between ecology, health and the production of knowledges with reference to conflicts and social and territorial struggles involving injustices and ecological problems resulting from the globalised capitalist economy, mainly in the Global South, in sectors such as mining, agribusiness, the oil industry, energy production and various infrastructures. The background portrays experiences of collaborative researches with affected communities and social movements, as well as the production of anti-hegemonic reports. We propose a holistic view of health centred not only on the analysis of diseases (morbidity) and deaths (mortality) but on their relationship to life, nature, democracy, culture and fundamental rights. We summarize this concept in the expression "Health as Dignity", an alternative to intercultural dialogue by echoing the voices of countless peoples and movements that have been struggling for the right to life and common goods. The epistemological discussion is key in this process because it reflects how knowledge is conceived, produced and legitimized in such struggles. To discuss the ecology of knowledge, we will use some examples of advances and tensions in the production of knowledge, whether from the inner plurality of science or in the dialogue with external, non-scientific knowledge.