O Fórum Social da Educação Popular, programação preparatória ao Fórum Social Temático, que acontece em Porto Alegre de 19 a 23 de janeiro, foi aberto na manhã deste domingo (17) na Câmara Municipal de Porto Alegre. No Plenário Otávio Rocha, representantes de entidades que trabalham com a educação popular em vários países acompanharam a palestra do professor Boaventura de Sousa Santos, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Portugal, falando sobre a relação entre a universidade e a educação popular
CMPA
17 Jan 2016
Na abertura, o presidente da Câmara Municipal, vereador Cassio Trogildo (PTB), saudou a presença de todos os participantes, afirmando que todos os vereadores estarão empenhados em participar e colaborar com o Fórum. Fez referência à vereadora Jussara Cony (PCdoB) e ao vereador Cláudio Janta (SDD) pelo empenho na realização dos encontros na Câmara. Lembrou que, na próxima quarta-feira (20/1), o professor Boaventura Souza Santos “será homenageado aqui, neste Plenário, com o titulo de Cidadão de Porto Alegre”, por sugestão do vereador Engenheiro Comassetto (PT).
Universidade Popular
Boaventura de Sousa Santos abordou vários aspectos sobre o atual momento histórico que envolve o a educação no mundo. Destacou o papel da Universidade Popular de Movimentos Sociais (UPMS) e a sua contribuição na universalização da educação. Entende que é preciso deseducar muita coisa que se aprende e iniciar de outra maneira. “É preciso se abrir para outra realidade e outras formas de universidade”, diz ele. Para o sociólogo português, as universidades continuam distantes e inacessíveis às classes populares. “As universidades ainda são redutos das elites que se opõem aos governos populares”, salientou Boaventura.
Ele revela, no entanto, que, nos últimos 30 anos, os movimentos sociais adquiriram um papel importante na mobilização das classes, o que alterou o comportamento em boa parte do planeta. Disse ainda que vivemos num mundo de consumo e não de cidadania, em busca de configuração de novas tecnologias. “Hoje vivemos um movimento complexo da universidade pública, que precisa enfrentar culturas como o capitalismo e o colonialismo”, que, segundo ele, “sufocam mudanças e a emancipação como sempre defendeu Paulo Freire”.
Boaventura acentua que é preciso lutar por alternativas e pensar no que está por vir, não ficando restrito ao que acontece hoje. Ele argumenta que deve haver um processo de “extrativismo” na comunicação popular, como forma de processar a informação em benefício das classes sociais.
O Fórum Social da Educação Popular continua durante a tarde deste domingo com a realização de debates em grupos nas salas 301, 302 e 303 da Câmara, localizadas no 3º andar da Avenida Loureiro da Silva, 255, Centro Histórico.
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