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Além da Justiça de Transição: Sobre a Co-Existência Pluralista “Depois” do Conflito, Lições do Sul

Investigador: Tshepo Madlingozi

Desde finais da década de 1980, o Norte Global impôs certas noções de modernidade, de sistema legal e de construção da nação, através do projeto de justiça de transição (Transitional Justice project – TJP). Ao invés de experienciar a independência – política, cultural e epistemológica – os países “pós-conflito” são recolonisados através deste projeto. Através do enfoque em iniciativas locais de re-harmonização social em Ahmedabad, Índia e East Rand, África do Sul, este estudo demonstra que existem alternativas que não apenas contestam noções estéreis de reconciliação, mas que constituem igualmente formas subtis de democracia de alta intensidade, de construção da nação, e que nas suas temporalidades alternativas introduzem formas contra-hegemónicas de ver o mundo que colocam um desafio à razão metonímica – o próprio coração da racionalidade ocidental (Santos, 2004). Tendo como principal objetivo expandir a ecologia das temporalidades, este estudo demonstra que as experimentações de re-harmonização em East Rand e Ahmedabad contêm lições valiosas sobre cidadania multicultural emancipatória, pluralismo jurídico e harmonização. Estes modelos alternativos poderiam encontrar aplicação no esforço pela harmonia comunal em lugares do Norte Global cercados pela maré crescente de xenofobia e etnonacionalismo.


Palavras-chave: Temporalidades e Cronosofias Não-Ocidentais, Liminaridade, Construção da Nação, Democracia Memória Colectiva, Re-Harmonização
Países de referência: África do Sul, Índia