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Entrevista a Inês Macamo Raimundo

Entrevista em Português

https://youtu.be/y4rCSi7pT0I

Nota biográfica
Inês Macamo Raimundo – É atualmente Professora associada da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, assim como do Centro de Análise de Políticas Públicas da mesma Universidade.
Doutorada em Processos Migratórios Forçados pela Universidade de Witwatersrand (África do Sul), tem vindo a trabalhar temas relacionados com a mobilidade humana no contexto da África Austral, destacando-se os temas ligados à pobreza, HIV, meio ambiente e género. Desde 2004 tem vindo a coordenar estudos de migração sob a égide da SAMP (Projecto de Estudos Migratórios na África Austral), que inclui: a migração forçada e migração transfronteiriça, HIV, saúde sexual e reprodutiva, a segurança alimentar urbana, e sexo, urbano e estudos ambientais.
Tem inúmeros trabalhos publicados em revistas e livros nacionais e internacionais, destacando-se Raimundo, Inês (2008). “Migration Management: Mozambique’s Challenges and Strategies”. In International Migration and National Development in sub-Saharan Africa. Edited By Aderanti Adepoju, Ton Van Naerssen and Annelies Zoomers, Brill, Leiden; Raimundo, Inês (2005). “From civil war to floods: an international migration in Gaza province, Mozambique, In Negotiating Modernity: Africa’s Ambivalent Experience. Edited by Elisio S. Macamo. Zed Books, London.

Perguntas feitas durante a entrevista:

Fale-me um pouco do seu trabalho no que concerne às migrações forçadas em Moçambique… Quais são os fatores mais decisivos e que reflexões é que essa realidade nos permite fazer?

Qual tem sido o principal impacto social das migrações forçadas na vida das populações?

Que momentos foram mais marcantes, do ponto de vista histórico, no movimento das populações.

Os movimentos populacionais também expõem a artificialidade das fronteiras que separam populações que não se encontram separadas?

Pode-me falar um pouco de que modo a relação com os mortos define a pertença aos territórios?

Em que medida é que no contexto africano os desastres ambientais têm sido associados às alterações climáticas resultantes do aquecimento global.

De que modo é que os megaprojetos têm afetado Moçambique nos últimos?

O que é que a Europa pode aprender com o resto do Mundo?

Breve Resumo:
Inês Macamo Raimundo explica que os principais fatores nas deslocações forçadas em Moçambique têm sido, mais recentemente, os desastres naturais, obrigando muitos moçambicanos a terem mais que uma residência, atravessando amiúde as fronteiras nacionais. A seu ver, esta permanente mobilidade cria um contexto adverso para segurança económica e formação formal das populações.
Inês Macamo Raimundo refere que as deslocações forçadas tiveram um importante momento histórico aquando da chamada guerras civil, cujos 16 anos impactaram fortemente as populações. Antes disso, lembra o impacto do colonialismo: através da Guerra Colonial/Guerra de libertação e através da escravatura, do chibalo (trabalho forçado) e do imposto de palhota.