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Colóquio Internacional Epistemologias do Sul – Sessão Outras Economias

A primeira sessão plenária de 12 de julho do Colóquio Internacional Epistemologias do Sul – Aprendizagens Globais: Sul-Sul, Sul-Norte e Norte e Sul, organizado no âmbito do Projeto ALICE, foi a que tratou das Outras Economias. ALICE News partilha algumas das questões postas em discussão pela indiana Meena Menon, pelo equatoriano Alberto Acosta e pelo francês Jean-Louis Laville.

Maurício Hashizume/Equipe ALICE News
25 Jul 2014

Antes do início das apresentações da sessão temática sobre as Outras Economias, Houria Bouteldja – porta-voz do Partido Indigènes de la République (PIR), agremiação anti-racista e anti-imperialista com atuação na França – ocupou o púlpito para clamar pela solidariedade dos participantes do colóquio à população palestina civil e desarmada da Faixa de Gaza que, mais uma vez, passava a sofrer com bombardeios de forças israelenses.

Meena Menon; clique na imagem para ver o álbum do Colóquio Epistemologias do Sul (Foto: Rodrigo Reis)

Diretora-executiva do recém-criado Instituto Sul de Política Pública e Ação (SIPPA), em Hyderabad, a pesquisadora indiana Meena Menon tratou dos impactos da realização do Fórum Social Mundial (FSM), espaço privilegiado e estratégico de disseminação de alternativas inclusive econômicas, na Índia, há dez anos (2004). Segundo ela, a realização do encontro internacional em Mumbai envolveu, pela forma como foi concebido e construído, um importante processo de diálogo entre organizações sociais do país asiático que anteriormente se mantinham distantes. “Tabus foram quebrados e suspeições foram afastadas”, afirmou a ativista.

Foi observado, por exemplo, que o evento paralelo e crítico às conexões do FSM com poderosas ONGs transnacionais, promovido por correntes maoístas indianas e batizado Mumbai Resistance, apresentou poucos desdobramentos políticos concretos. No caso do próprio FSM, a despeito do apontamento de algumas conquistas qualitativas (principalmente no que se refere à aproximação entre distintos coletivos), as continuidades também parecem seguir, em larga medida, abertas.

Alberto Acosta; clique na imagem para ver o álbum do Colóquio Epistemologias do Sul (Foto: Rodrigo Reis)

Ex-presidente da Assembleia Legislativa do Equador, o economista Alberto Acosta lançou uma série de desafios para a construção de uma “outra civilização” que não seja marcada pela desigualdade. O modelo capitalista atual, guiado pela concentração e pela especulação (bem como pela fome e pelo desperdício), não está sendo contestado, de acordo com ele, apenas em grandes fóruns, mas em experiências concretas de povos e comunidades de diversas partes do mundo, sustentadas em modos e propostas de vida distintas (seja com base no buen vivir ou sumak kawsay, na América Latina, ou no ubuntu, em África).

Ele, que chegou a ser candidato à Presidência do Equador nas eleições de 2013 pela Unidade Plurinacional, citou algumas das diretrizes colocadas para mudar o que aí está. De início, seria preciso abandonar o paradigma do crescimento econômico e fortalecer uma agenda pós-extrativista, fundamentada na desmercantilização da natureza, da economia etc. Em complemento, recomendou a descentralização (com base nas comunidades e na consolidação de soberanias alimentares e energéticas) e a distribuição (de renda e de poder). Este último item reforça ainda a necessidade de aprofundamento da democratização da economia, para que a mesma seja “re-politizada”, bem como “despatriarcalizada”.

Jean-Louis Laville; clique na imagem para ver o álbum do Colóquio Epistemologias do Sul (Foto: Rodrigo Reis)

Também a intersecção entre economia e política foi examinada pelo sociólogo francês Jean-Louis Laville, que realçou articulações teóricas, incluindo as “epistemologias do Sul” propostas por Boaventura de Sousa Santos, que poderiam fortalecer a conexão entre iniciativas de caráter solidário e a esfera democrática. Segundo ele, que é considerado um especialista no tema, sem levar em conta essa intersecção, corre-se o risco de assistir à cooperativas coletivas que, por isomorfismo institucional, acabam por se converter ao sabor do mercado.

A sessão sobre as Outras Economias teve ainda uma homenagem especial ao economista brasileiro Paul Singer, que ocupa o cargo de Secretário Nacional de Economia Solidária, ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, desde 2003. De férias em Portugal, o homenageado assinalou que vinha aproveitando a ocasião para, assim como as crianças, experimentar intensos aprendizados. Aos 82 anos, definiu-se como um “otimista incurável” que acredita que o “mundo está mudando”, bem como “sente a companhia de muito mais gente” na luta.

Paul Singer; clique na imagem para ver o álbum do Colóquio Epistemologias do Sul (Foto: Rodrigo Reis)

“Fui educado em escolas extremamente autoritárias. Hoje é diferente”, declarou o octogenário economista, ressaltando que a democracia na educação atualmente é bem maior, inclusive com contextos em que alunos são reconhecidos como sujeitos de conhecimento da mesma forma que os professores. Para ele, que relatou acompanhar iniciativas de economia solidária protagonizadas por setores extremamente pobres, o “outro mundo possível” já está sendo construído, ainda que haja muito a ser conquistado em termos democráticos. “O mundo está sendo mudado”, conforme o , no entendimento do histórico militante petista. “Não por nós da classe média, que temos, sim, o nosso papel, mas pelas mulheres, negros, indígenas e jovens”.

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